sexta-feira, 14 de março de 2014

CULATRA (O Ensaio de Pietra Príncipe para a Playboy)

            Em 1997, lançado foi “Jackie Brown”. Um filme cuja condução ficou ao encargo de Quentin Tarantino. O qual, para tal, tirara sua trama de “Rum Punch” – um romance escrito por Elmore Leonard e publicado em 1992. Por meio do qual, ele aproveitou para fazer uma homenagem à “Foxy Brown” – uma película dirigida por Jack Hill e veiculada em 1974.​
            Posto que, entre as obras, além de um sobrenome em comum, há atriz que as protagonizou: Pam Grier. Que, após um hiato de vinte e três anos, passou de uma justiceira a uma bandida. Trocando o frescor da juventude pelo charme de uma vida à margem da lei.
            Dois motes que foram unidos na edição de Nº 461 da Playboy de outubro de 2013. Porém, com um agravante: foram atados pela “canastrice”. Já que, sob o olhar da fotógrafa Autumn Sonnichsen, Pietra Príncipe, a estrela do mês, incumbida foi de encarnar a personagem em que se fundem.
            Contudo, sua inépcia interpretativa se desnuda logo na capa da publicação. Onde, ao término de uma madrugada paulistana, sobre um heliponto, ela está. E, por estar desprovida de trajes, da cintura da para baixo, dá a entender que saiu apressadamente de algum lugar. Somando-se a isso, a pistola que mantem em riste. Que não aparenta ser o indicador do desdobramento de uma atividade lícita. Entretanto, dado à sua falta de domínio da arte dramática, também não representa uma ameaça. E, por isso, por meio de uma jocosa conjectura escatológica, leva ao entendimento de que a sua verdadeira arma está apontada para o outro lado.
            Tudo devido ao fato de que Pietra chegou ao destino certo, pela via errada. Ora que ela é típica mulher que nasceu para “viver na horizontal”; e não, para “morrer na vertical”. Como o faz ao exercer o ofício de comentarista sexual em alguns programas do Multishow. Em que é o ícone televisivo do “erotismo frozô”. Uma vertente da libertinagem que toda mãe quer que o filho veja, com o fim de que não venha a vê-lo flertar com a “viadagem”. Mas que, no entanto, não o estimule a conhecer o lado bom do machismo.
            Assim, a fim de dar continuidade àquilo que a consagrou e, ao mesmo tempo, replicar a fórmula aplicada à edição precedente, a direção da revista ignorou a sua falta de convencimento e a jogou dentro de uma nova fotonovela.
            Em que, inicialmente, a cuja sequestra um helicóptero. Sempre tendo a beleza do rosto pela da do resto corpo em companhia. Um corpo que, por se tratar da carcaça de uma delinquente dada a peripécias bélicas, aparenta estar intacto. Pois se vê que seu único orifício identificável é o umbigo.
            Depois, em um hotel, ela reforça o pouco apego que tem por calças e calcinhas, em uma sequência em que cada qual dos envolvidos recebe o seu devido quinhão. Posto que, enquanto a dita usufrui do dinheiro e das joias que roubou, o leitor desfruta de vários ângulos da bunda dela. Podendo até ver a réstia de sua discreta vulva.
            Pelas ruas de São Paulo, consequentemente, de carona em um Chamonix Spyder 550 S vermelho, ela areja os peitos, ao empreender uma fuga.
            Fuga que para o motorista termina de modo trágico. Com ele amarrado, amordaçado e desfalecido, dentro do veículo.
            Quanto a ela, se finda na penumbra de uma casa noturna. Onde, sob uma peruca Chanel preta, ela se traveste de “stripper”, com o fim de se ocultar.
            E, por fim, em um momento anacrônico, a trama se encerra em seu início: sobre o heliponto da Editora Abril. Quando, com o raiar do dia e o Rio Pinheiros ao fundo, ela se despede, de forma deseducada, dando as costas ao leitor.



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