sexta-feira, 14 de março de 2014

O QUE OS OLHOS NÃO VEEM (O Ensaio de Tamara Ecclestone para a Playboy)

            Em 1988, lançado foi “For Keeps” – que, no Brasil, chamado foi de “A Cegonha Não Pode Esperar”. Um filme que é dirigido por John G. Avildsen e que trata de um relacionamento que é oficializado por uma gravidez. Gravidez que é inesperada para os pais e indesejada pelos avós. E é por isso que a transição da trama ocorre durante um entrevero entre Darcy – personagem vivida por Molly Ringwald – e seu sogro, o Sr. Bobrucz – que é interpretado por Kenneth Mars. Em que o cujo desacata a nora com o seguinte argumento: “Senhorita, você precisa aprender a manter a boca fechada e as pernas cruzadas”.
            Em junho de 2013, na edição de Nº457 da Playboy, se viu que uma versão inversa desse raciocínio daria outro rumo ao ensaio de Tamara Ecclestone. Algo como: “Aprenda a manter a mente aberta e as pernas separadas”. Postos que as fotos deste mês poderiam ilustrar um manual de puritanismo. Porque, do pescoço para baixo, ela é um acinte a quem deseje folhear a revista com o intento de ter algum contento. A começar pela capa. Onde ela aparece com os joelhos juntos. E, consequentemente, apercebe-se que isso não parou aí ao constatar que, das fotografias, a primeira é a mais ousada. Pois, nela, há um tiquinho de bunda. Ou seja, é o pesadelo de qualquer punheteiro. Somando-se a isso o fato de que a vagina é uma incógnita. Ora que, além de ser “careca”, ela não revela as ninfas. E os seios, embora sejam esculpidos por belos implantes de silicone, materializam o aforismo expresso no artigo relacionado à publicação que a precede: que eles não dizem muita coisa, pois, em algum momento da vida, todo macho já mamou em um.
            Todavia, essa linha editorial não foi salva nem pelo talento de Tony Kelly.
            Tony Kelly que, como fotógrafo, teve seu histórico profissional comprometido. Dado que ele não pode omitir uma marca importante como “Playboy”, em seu currículo, e, em função disso, é obrigado a exaltar, em seu portfólio, um trabalho que não faz jus à sua obra.
            Uma obra que o coloca entre os mestres de uma espécie de neoimpressionismo. Onde, por meio de um jogo de cores, qualquer ideia brota de uma sobreposição de nódoas.
            Ademais, do pescoço para cima, Tamara demonstra ainda ter vários campos obscuros em sua percepção. Como é elucidado pelo texto que acompanha o ensaio. Um escrito de Gavin Edwards que tem como destaque a subsequente declaração dela: “... eu canso de não fazer nada. Eu não posso ficar emendando um período de férias no outro e não ter motivação”.
            O que poderia ser revertido se ela se valesse do poder de seu sobrenome para criar seus próprios desafios. Por exemplo, exercitando sua verve em um país do terceiro mundo.
            Talvez, fomentando algum empreendimento no Brasil.
            De preferência, na cidade de Uru – que, de acordo com o Censo Demográfico do IBGE de 2010, é o município menos populoso do estado de São Paulo. Onde poderia ser construída uma “Dubai caipira”. Ou, simplesmente, erigido um refúgio para milionários, que querem se embrenhar em uma “vida besta”.
            Por fim, essa publicação é a comprovação de que a máxima que diz que “o que os olhos não veem o coração não sente” não se aplica à realidade do homem. Para quem é mais plausível dizer que “o que os olhos não veem o ‘pau’ não sente”. Assim, fazendo com que a dívida da Playboy, com o leitor, se eleve para R$ 25,80.



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