quarta-feira, 29 de abril de 2015

MEMÓRIAS DE UMA NOITE NÃO DORMIDA (O Ensaio de Nuelle Alves para a Playboy)

            No History Channel, tornou-se corriqueiro ver, por meio do programa “Caçadores de Relíquias”, Frank Fritz e Mike Wolfe cruzarem os Estados Unidos da América em busca dos objetos que fizerem parte da história. Coisas que, de tão comuns, praticamente, eram invisíveis às pessoas de seu tempo. E que, hoje, devem seu valor ao fato de serem fragmentos do rastro que a humanidade deixou pelo caminho.
            Os quais são comercializados pela dupla no “Antique Archaeology” – um antiquário situado em Nashville, no Tennessee.
            Tudo porque, através de uma estratégia eficiente de marketing, eles adoçam o interesse de eventuais compradores, ao transformarem os produtos que foram os “coadjuvantes” de outrora em “protagonistas” da era vigente, em escala mundial.
            O que, com a ausência desse glamour televisivo, ocorre na Praça dos Andradas, no “Centro Histórico de Santos”. Onde quatro das cindo bancas, que lhe delimitam o perímetro, se dedicam à comercialização da história. Vendendo revistas e livros que, em geral, saem banca excedente, atravessam o tempo e, travestidas de quinquilharia, retornam à sua origem.
            E, justamente, diante da banca que se coloca entre o passado e o futuro é que se ouviu de um incauto o seguinte comentário: “Não é por falta de bunda que essa uma vai morrer solteira”, enquanto o dito admirava a capa da edição de Nº 477 da Playboy de fevereiro de 2015.
            Com tudo, porém, se iniciando no fato de que, pela terceira vez, Fred Othero fotografou uma mulher que se tornou um subproduto de si. Como o fizera com Natalia Inoue, em setembro de 2014, e Vanessa Mesquita, em julho de 2014.
            Pois Nuelle Alves, a estrela do mês, ficou conhecida ao dar vida a Candinha, no programa “Domingo Show”, da Rede Record. E se aproveitando disso, e de ser um ente tridimensional, converteu as suas benesses físicas em uma nova fonte de renda.
            Já que (das três dimensões – o comprimento, a largura e a altura) a foto é uma representação em que vinga uma significativa perda de informação.
            Um prejuízo que é remediado pelo talento do fotógrafo.
            Que, no caso, ressaltou as nuances de Nuelle ao transfigurá-la em uma pin-up.
            E cujo começo se dá em um sobrado situado no bairro da Consolação, em São Paulo. Onde, até então, funcionava o Otto Bistrot. Um restaurante que fora decorado com motivos domésticos intensos; que surtiam no freguês o desejo de residir sob o seu teto.
            Sob o qual reside o personagem que Nuelle interpreta. Que, como uma dona de casa exemplar, finaliza seus afazeres, tal qual a Dona Florinda, com os cabelos cheios de bobes e livrando o leito das memórias de uma noite não dormida.
            Antes, porém, ela dá início às atividades, afrontando as teorias de Newton. Já que os bicos das suas tetas leiteiras não a acompanham ao se mesurar para inclinar a chaleira que usa para regar as plantas.
            Consequentemente, a cuja continua na sua tarefa de outorgar ao lar o esmero que dedica a si, limpando os vidros, se agachando, arregaçando as reentrâncias, e ficando de quatro, com o fim de escovar o rejunte do porcelanato.
            Tudo, sempre, com as mãos protegidas por luvas de látex. Mantendo, assim, a “sedosidade” que as faz deslizar pela genitália de seu senhor com a perícia de um prestidigitador.
            Doravante, como uma puta, ela transpira ao lavar a louça. A fim de que seu senhor aprecie sua assepsia. E, como a uma cadela, lhe recompense com prazer. Exercendo sobre a sua bunda a autoridade que nenhuma diarreia tem. Assim, suprindo a expectativa que a faz se debruçar sobre a pia, com o rabo empinado, e esperar que uma breve brisa lhe sane a saudade.
            Depois, para não sujar algum copo que lavara, ela se lembra do quão é submissa, ao se ajoelhar e se hidratar na torneira de um filtro de barro, que jaz sobre uma bancada.
            Consequentemente, materializando, em termos, esse anseio, quando o desejo de ser comida à comida migra, e ela come um suspiro, um morango e se lambuza com uma calda de creme de leite e leite condensado.
            Por fim, Nuelle volta à realidade, ao ficar novamente de quatro e encerar o assoalho de madeira. Um piso que se estende ao cume de uma escadaria, que desemboca no pavimento principal da casa.
            Onde, inicialmente, ela se vale de um gostoso banho para tirar o cheiro da labuta e ficar apta a se banhar com o suor de seu senhor.
            Em seguida, com as madeixas enroladas nos bobes, ela usa a máquina de costura para ajustar a roupa que logo tirará. E, para esse momento, com uma tesoura para unha, depois, apara os pelos que, como brotos de agave-azul, junto à sua vagina, que tem um aspecto de arado, crescem.
            Então, ela pega o telefone e vai para a cama. Onde, enquanto recolhe os pentelhos, pretende ligar para o seu senhor e dizer que está pronta para satisfazê-lo e devolvê-lo para a família, antes que o dia acabe.



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